O mal maior
Quanto mais analiso o problema de bairros como o do Aleixo e converso com as pessoas directamente envolvidas, mais me convenço de que o problema principal não é a droga nem a pobreza: é a dependência do Estado!
Quase ninguém se apercebe da verdadeira e dramática gravidade deste fenómeno. Na toxicodependência ou na pobreza quem delas sofre está perfeitamente consciente do seu mal, o que é um primeiro passo para o vencer. Ao contrário, quem se viciou (o termo é mesmo este) no apoio do Estado raramente percebe que entrou numa espiral de degradação pessoal e social.
Vamos ser claros: viver em habitação social (subsidiada pelo Estado, portanto) não pode ser considerado “normal”. Quem está numa situação de dificuldades financeiras pensa habitualmente: “tenho direito a uma casa da Câmara”. Pensa mal. Devia pensar: “tenho direito a que me proporcionem as condições para que, fruto do meu trabalho, não precise de uma casa da Câmara”.
A habitação social deverá ser sempre:
- uma solução transitória para ultrapassar dificuldades financeiras pontuais de cidadãos activos;
- ou uma solução de recurso para quem, tendo idade avançada ou alguma incapacidade grave, não tem outra alternativa.
Mais: “habitação social” não tem que ser segregar pessoas em bairros específicos. Faz muito mais sentido subsidiar rendas em “habitação normal” perfeitamente integrada na sociedade. Isto não é uma ideia nova, evidentemente. Por que é que não é aplicada?
Qualquer plano de recuperação do Bairro do Aleixo deverá por isso dar prioridade máxima à criação de condições para que os seus habitantes possam recorrer ao mercado de arrendamento ou aquisição normal, deixando de ter a Câmara como senhorio (que aliás tanto detestam!). Estou profundamente convencido de que é a única maneira de conseguir resultados sólidos. Mas leva tempo.
Entretanto, há outras medidas que se podem tomar – fica para um comentário mais tarde. Digo desde já apenas que acho inaceitável tratar as pessoas “em manada”: cada caso é um caso. Não é legítimo pensar em “uma solução para o Bairro do Aleixo”. Pelo contrário, temos é de procurar soluções individuais adequadas (e provavelmente diferentes entre si).
Quase ninguém se apercebe da verdadeira e dramática gravidade deste fenómeno. Na toxicodependência ou na pobreza quem delas sofre está perfeitamente consciente do seu mal, o que é um primeiro passo para o vencer. Ao contrário, quem se viciou (o termo é mesmo este) no apoio do Estado raramente percebe que entrou numa espiral de degradação pessoal e social.
Vamos ser claros: viver em habitação social (subsidiada pelo Estado, portanto) não pode ser considerado “normal”. Quem está numa situação de dificuldades financeiras pensa habitualmente: “tenho direito a uma casa da Câmara”. Pensa mal. Devia pensar: “tenho direito a que me proporcionem as condições para que, fruto do meu trabalho, não precise de uma casa da Câmara”.
A habitação social deverá ser sempre:
- uma solução transitória para ultrapassar dificuldades financeiras pontuais de cidadãos activos;
- ou uma solução de recurso para quem, tendo idade avançada ou alguma incapacidade grave, não tem outra alternativa.
Mais: “habitação social” não tem que ser segregar pessoas em bairros específicos. Faz muito mais sentido subsidiar rendas em “habitação normal” perfeitamente integrada na sociedade. Isto não é uma ideia nova, evidentemente. Por que é que não é aplicada?
Qualquer plano de recuperação do Bairro do Aleixo deverá por isso dar prioridade máxima à criação de condições para que os seus habitantes possam recorrer ao mercado de arrendamento ou aquisição normal, deixando de ter a Câmara como senhorio (que aliás tanto detestam!). Estou profundamente convencido de que é a única maneira de conseguir resultados sólidos. Mas leva tempo.
Entretanto, há outras medidas que se podem tomar – fica para um comentário mais tarde. Digo desde já apenas que acho inaceitável tratar as pessoas “em manada”: cada caso é um caso. Não é legítimo pensar em “uma solução para o Bairro do Aleixo”. Pelo contrário, temos é de procurar soluções individuais adequadas (e provavelmente diferentes entre si).